domingo, 19 de fevereiro de 2012

ASSASSIN’S CREED: REVELATIONS | RESENHA






Se existe um jogo com uma história intensa e bem profunda, esse jogo é Assasssins Creed. Na sua 4ª iteração canônica, com Assassins Creed: Revelations (PC, PS3 e Xbox 360), somos levados a mais um local histórico recriado com detalhismo que aUbisoft empregou nos games anteriores, na esperança de acabar com o embate milenar de Templários e Assassinos, que pretende se estender até a data do fim do mundo em dezembro de 2012.
ACR nos leva à cidade de Constantinopla, no meio da disputa pelo trono do império bizantino, entre o príncipe Suleiman (Salomão) e seu tio, o príncipe Ahmet, que definiria que será o sucessor para governar a Turquia. E no meio desse turbilhão, Ezio estará à procura das “Chaves de Masyaf”, artefatos que abrem a biblioteca da cidade de Altaïr ibn La-Ahad, o protagonista do primeiro game, onde supostamente está escondida uma poderosa arma que tem a chance de acabar com a guerra contra os templários.
E Ezio não será o único personagem jogável desta vez. Desmond Miles, o sucessor atual da linhagem dos assassinos, retorna ao controle do jogador, mas desta vez sem nenhum Animus 2.0para controlar ou monitorar suas ações. Depois dos eventos de Brotherhood, Desmond caiu em coma, e embora seu corpo físico esteja inerte, sua mente continua acessando livremente os mundos de Ezio e Altair, além de abrir suas próprias memórias esquecidas.
Outro que retorna, e com bastante destaque, é Altair. Como grande responsável pela manutenção da Irmandade dos assassinos após a crise do final do primeiro game (após a descoberta do Piece of Eden, e da traição do grande mentor da confraria), e um dos assassinos mais respeitados de todos os tempos, Altair tem boa parte de sua história posterior desvendada, chegando à quase toda a sua vida dedicada à irmandade, protegendo seus mistérios e acatando suas decisões.
Como era de se esperar, Ezio está mais velho. Passados quase 20 anos do final de Brotherhood, Ezio se encontra mais experiente e mais respeitado. Em Constantinopla, ele conta com a ajuda de Yussuf, um dos mais talentosos assassinos da região, e Sophia, uma escrivã italiana que terá um papel importante desvendando as localizações que Ezio encontrará para recuperar as Chaves de Masyaf.
Tanto a receptividade de Yussuf quanto a tensão romântica entre Ezio e Sophia servem de bons alicerces de construção narrativa, lembrando ao já cansado guerreiro italiano que amizade e até paixões podem despertar no campo de batalha.
ACR traz algumas boas novidades. Uma delas é a “hookblade”, um upgrade à sua lâmina escondida, que serve tanto para deslocamento quanto para combate. Basta acionar o comando correto, e Ezio usa a hookblade para se aproveitar das cordas interligadas pelas ruas da cidade para deslizar de um ponto a outro, ou derruba inimigos durante uma corrida com uma investida simples.
Uma outra boa novidade é a inclusão de bombas, que são podem ser montadas com materiais simples achados pela cidade. Elas podem ser de 3 tipos diferentes: evasivas, distração e impacto, e o material que você usa pra montar altera efeitos, área de impacto e força de impacto. Se a hookblade acrescenta variedade ao deslocamento, com certeza as bombas acrescentam estratégia às suas aproximações.
Graças ao turbilhão de emoções políticas de Constantinopla, os assassinos precisam cuidar dos guerreiros imperais romanos, e dos bizantinos, que disputam o poder na fronteira da Europa com a Ásia, e que geram conflitos em toda parte, inclusive contra os assassinos. E aí entra mais uma novidade.
Em algumas ocasiões, você precisara comandar defesas em frente ao seus quartéis, num mini-game de “Tower Defense”, de sistema simples, mas que não chega a entediar, já que aparece somente poucas vezes. Ezio se posiciona no telhado, e organiza seus assassinos para atacar os invasores enquanto artilheiros mandam suas balas de canhão contra os exércitos inimigos.
Após terminada a batalha, o Covil recebe seu líder, que terá liberdade de comandar um pequeno grupo de assassinos enquanto Ezio e Yussuf partem em busca de outras pistas. E para criar esses líderes, entra em ação o sistema de recrutamento e treinamento melhorado do game anterior.
Você ajuda um civil que tenha potencial para ser um assassino, ele entra pra sua irmandade, e pode participar de missões em outras localidades, até que a influência dos templários seja eliminada. E quanto mais participar das missões, mais facilmente esse novo assassino pode ser tornar um líder.
Mas o grande ápice do jogo fica na busca das tais chaves de Masyaf, que bebe da fonte dos games anteriores, como os templos secretos de Assassins Creed II e os templos de Romulus, em Brotherhood. Estas seções são basicamente sistemas de cavernas subterrâneos interligadas, onde os templários estão em busca das chaves, e que somente Ezio e sua Visão de Águia conseguem localizar as próximas etapas. Aqui toda a parte de movimentação vira o foco do jogo, entrelaçado com algumas partes de combate.
Sophia ganha sua importância na hora de encontrar a entrada de tais cavernas. Enquanto procura pistas, Ezio descobre que Nicolo Polo, pai do explorador Marco Polo, havia localizado várias dessas cavernas. Pistas destas cavernas foram registradas em livros que, após serem encontrados por Ezio, são traduzidos e cartonados pela Sophia. Sem querer, ela foi uma das conspiradoras mais importantes da trama.
E em todos os momentos você sente que a parte gráfica subiu mais um pouco seu próprio nível. As texturas da cidade (que na minha opinião é a mais bonita de todos os jogos), os rostos dos personagens, as cores e os materiais presentes nas feiras de rua, tudo parece que mais bonito, mais definido, e com mais nitidez.
O modo multiplayer também retorna, e mantém o nível dos seu anterior. É uma das inovações mais legais em termos de multiplayer no mais autêntico mata-mata possível (com trocadilho). Basicamente, você é agrupado contra um outro pelotão, e deve acertar alvos pre-determinados da maneira mais discreta, e te rende pontos que liberam armas, modos de matar e artefatos para se esconder mesmo na multidão. De todas as vezes que joguei não tive muitos problemas de lag, e mesmo você só começando a jogar agora, não se sente inferior aos demais que já jogam à muito tempo.
O que talvez seja mais preocupante é que Assassin’s Creed tenha seu maior dom e seu maior problema no mesmo preceito: a mecânica de jogo. Eu realmente esperava que Revelations fosse encerrar toda a história do jogo, mas segundo a própria Ubisoft, na verdade ele encerra a cronologia de Ezio (e talvez a de Altair, mas essa ainda não foi confirmada).
E é aí que está o problema, já que embora o jogo a esta altura seja sacramentado como sendo de um tipo único, ele começa a dar sinais de cansaço, e somente uma história realmente renovada pode impedir a mesmice daqui pra frente.
Mas como fazer isso sem descaracterizar o que os anteriores já mostraram? Essa talvez seja a questão pra Ubisoft este ano, já que segundo a produtora, teremos sim Assassin’s Creed III ainda este ano, com uma data lançamento já marcada e rumores sobre a nova ambientação.
Mas de qualquer forma, Assassin’s Creed: Revelations é uma experiência que vale a pena. Não só pelo refinamento que recebeu em áreas técnicas como gráficos e jogabilidade, mas por encerrar um arco de história de alguns od personagens mais interessantes dos últimos games.
Isso sem considerar que todo o trabalho envolvido para recriar com grande semelhança algumas das cidades mais bonitas do mundo, como RomaVaticanoVeneza e Florença, em AC: Brotherhood, eConstantinopla, em Revelations (isso sem considerar o Acre, em Assassin’s Creed 1). E agora resta à Ubisoft manter as expectativas sobre o que pode acontecer em Assassins Creed III, e com novos personagens e novas tramas.


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