quinta-feira, 27 de outubro de 2011

V de Vingança

Pelo menos para uma coisa os políticos corruptos servem: inspirar a arte.

A história é jogada alguns anos no futuro, em 2020. O cenário, porém, segue o mesmo, a Inglaterra. Um ditador fascista, Adam Sutler (John Hurt, hitleresco), rege o país utilizando táticas de repressão e instruções televisionadas. Ele comanda a mídia e suas forças de segurança, lideradas por um sujeito chamado Creedy (Tim Pigott-Smith), têm como rotina seqüestros, torturas e assassinatos daqueles que se opõem ao regime. A censura impera e se estende por todas as formas de manifestação cultural - das artes à religião.

Mas chega o dia 5 de novembro e, com ele, o aniversário da conspiração de 1605 na qual Guy Fawkes tentou explodir o parlamento inglês e destituir o rei James I do trono. A data, um feriado burlesco, espécie de Malhação do Judas aos bretões, é comemorada de forma explosiva pelo terrorista V, ao som de bombas e da Abertura 1812 de Tchaikovsky, quando ele inicia seus ataques ao governo de Sutler, retomando a idéia original de Fawkes.

Na mesma noite, V salva uma jovem chamada Evey (Natalie Portman, com a competência habitual) momentos antes de um estupro por homens de Creedy. Sua ligação com a carismática figura é imediata e seus caminhos se cruzam novamente na estação de TV na qual ela trabalha. Lá, V pede aos londrinos que se levantem contra o regime, prometendo que ele terminará no próximo 5 de novembro - um ano depois - o trabalho iniciado por Fawkes séculos antes. De seu lado, Sutler começa uma caçada ao terrorista, mas já é tarde. Um rasgo de mudança já se tornou possível para os cidadãos oprimidos.

Alguns fãs de quadrinhos já começaram a manifestar seu desapreço ao filme. Dizem que há mudanças demais em relação à obra original e todo o esperneio de sempre. O que não percebem, porém, é que nem toda mudança é ruim. Há personagens que ganharam mais profundidade no filme, como a própria Evey, o investigador Finch (Stephen Rea) e o apresentador de TV Gordon Dietrich (Stephen Fry), cuja cruzada pessoal explora temas próximos a um dos irmãos roteiristas e me pareceu bastante relevante.

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